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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Top 5: os melhores e piores comentários da maternidade

    Se você parar para escutar, uma das coisas mais reveladoras da maternidade é a miscelânea de comentários vindos dos outros. Perguntas, conselhos e opiniões fazem o papel de faca de dois gumes: além de nos fazer pensar antecipadamente sobre seu conteúdo, mostram o que se passa na cabeça de seus locutores. As pessoas depositam muita ansiedade sobre a maternidade/paternidade alheia; tudo o que dizem (e a grande verdade é que as pessoas sempre vão ter algo a dizer) é baseado naquilo que viveram ou viram. Ao fazer comentários, elas nem sequer percebem que estão exibindo o que pensam e o que sentem. É importante lembrar que tudo o que dizem é problema dos outros, e não seu.
      A gravidez, período no qual estamos frágeis, sensíveis, sonhadoras e até inseguras a respeito de tantas coisas, é um longo período de bombardeamento de comentários. Alguns nos soam ridículos de cara; outros nos deixam a pensar por algum tempo; outros são verdadeiras lições de vida que podemos levar para sempre. Depois que a Stella nasceu, continuei recebendo conselhos, úteis ou inúteis. A grande diferença era que o meu filtro é atualmente bem maior, já que eu já passei "para o outro lado" e me sinto mais confiante para tomar decisões e atitudes. 
     Aqui está uma coletânea de piores e melhores comentários que ouvi - agradeço àqueles que me disseram as coisas boas e vejo que tiveram boas experiências. Que bom!
     Você nunca mais vai dormir. Gente, isso é a maior mentira deslavada! O que acontece é que se dorme diferente. Tirando os primeiros dias (nos quais realmente o sono é um terror, para mãe e bebê), todos vão dormir o que dormiam ou até mais. A diferença é que o sono fica picotado (as noites da Stella duram, no máximo, 5 horas diretas. Depois, ela acorda para mamar, mas volta para dormir de novo). Mas, sinceramente, para quem ficava cinco horas por dia na faculdade, estagiava, estudava em casa, saía e passava a noite fora, acho que me deitar à meia noite, dar umas acordadas e me levantar às 9h está bastante bom. Eu perdi mesmo foi na qualidade do sono. Raramente dormi como uma pedra. Geralmente durmo um sono leve, pronto para despertar (mas a preguicinha de levantar continua a mesma). 
  Você vai ficar dois anos sem sair de casa. Calma, gente. Nesses cinco meses de amamentação exclusiva, eu saio para trabalhar e estudar. Além disso, já fui à praia, ao cinema, ao Maracanã durante a Copa do Mundo, à Lapa, jantar com o Guilherme. Com organização, tudo se ajeita. É claro que não se sai tanto quanto (em frequência ou intensidade), mas não vamos exagerar... 
   Você não está pronta para ser mãe. Que cruel, hein? Já falei disso aqui.
   Você não vai mais ser a Laura. Vai só ser mãe da Stella. A maternidade não foi feita para apagar ninguém; não é calvário e nem martírio. A personalidade de uma pessoa não deveria desaparecer; ela pode mudar, mas preferencialmente vai se firmar ainda mais. Além disso, eu não me anulei. Ainda sou a Laura, estudo, trabalho e tenho meus sonhos e projetos. A Stella é prioridade, mas isso não quer dizer que eu precise deixar tudo o que deveria fazer.
   Mas você não sabe nada de crianças! Como vai criar uma? (kirida, eu conheço o Google) O que mais me ensina a ser mãe é a convivência com a própria Stella. Como eu digo para ela: eu não sei nada sobre bebês, mas sei tudo sobre você. A insegurança que eu posso ter tido se torna infundada diante dela. Além disso, o fato de ser um mamífero me ajuda a fazer coisas básicas tipo parir, amamentar e dar carinho. 



     Foi muito bom para mim ser mãe jovem. Difícil de engolir? Pois é. Mais de uma pessoa me disse essa mesma frase. Acho que ela se trata da vida como um todo. A verdade é que mulheres que se tornaram mães antes dos 25 chegam aos 40 realizadas em muitas coisas - filhos "criados", boa situação de trabalho, carreira sem interrupções, ganhando um bom dinheiro. A fase de construção já passou, agora resta aproveitar. São mulheres que vivem a vida, viajam e se divertem com a jovialidade e maturidade aos 40. Para mim, que tenho 22, a boa coisa de ser mãe jovem é que eu tenho bastante energia para a Stella e todas as tarefas - e vou ficar bastante tempo com a minha filha durante a sua vida. 
   Passa tão rápido, né? Queria estapear quem me dissesse isso nos primeiros dias. Cara, os primeiros dias são insanos. Cada minuto conta - de sono, de choro, de fome, de cansaço (de nossa parte, também). Aqueles dias que passavam como instantes acabaram e agora, todos os instantes exigem atenção, dedicação e cuidado. Mas! Caramba, já se passaram cinco meses. Minha noção de tempo se alterou. Os dias são longos, mas cada mudança da Stella é o que passa rápido. Ela tem microfases (movimentos, tons de voz, gritinhos, caretas) que duram nada além de semanas. Tudo tem que ser registrado, senão passa e a gente se esquece, mesmo. Já temos saudades da Stella recém nascida, Stella pequeninininha. 
   O mundo está povoado. Adoro essa frase. Ela quer dizer que, pura e simplesmente, não precisamos ser perfeccionistas ou experientes enquanto mães e pais. Crianças crescem mesmo se você não esterilizar todos os brinquedos ou não souber como trocar fraldas. 
   Pense na Lagoa Azul. Essa é boa para mães de primeira viagem. Sabe aquele filme de Sessão da Tarde, "A Lagoa Azul"? Em certo ponto da história, aquele casalzinho que vive no meio do mato tem um filho. E é isso. A gravidez, o parto, a amamentação, tudo!, se passa como que naturalmente. A frase quer dizer que não devemos nos basear ou até nos impressionar com famílias alheias. Lembro que eu via outras mães e pensava que jamais seria capaz de fazer um terço do que faziam - e veja só. Depois de ouvir isso, se tornou meio que um mantra pessoal ao qual eu recorro quando necessário.
    Tudo vai passar. Essa eu até digo quem me disse: foi o duende de jardim da capa do disco do George Harrison. Essa é a maior verdade absoluta da vida. Tudo passa, até a vida em si. Portanto, nada de se descabelar (por mais de vinte minutos) acerca de qualquer problema ou situação. Mãe de um bebê pequeno, posso ver que a condição de mãe é para sempre, mas a própria maternidade vai mudar muitas e muitas vezes. A Stella cresce a cada dia e as condições se alteram; eu aprendo com ela e ela comigo. A maternidade não deve ser uma condição massacrante ou escravizante para ninguém. 


O que ninguém me disse (decidiram me dizer muita, muita coisa negativa): você vai sentir o maior amor que poderia sentir.

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