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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Parte III - Exercitar, maternar, vencer

A vida vai aos poucos voltando ao "normal" - sendo que agora, a noção de normal está diferente, e conta com Stella em casa, mamãe e papai trabalhando, comida que eu fiz, roupa que eu passei, louça que o Guilherme lavou. 
Reconquistei meu trabalho e meu estudo na faculdade e, hoje em dia, tudo em ordem. Entretanto, a vida possui outros âmbitos, âmbitos que eu sentia falta... 
Houve uma época na minha vida em que eu andava de bicicleta todo dia. Senão todo dia, dia sim e dia não. Quando chovia, andava na garagem do prédio. Quando viajava, o corpo sentia. Bicicletar era o meu exercício e minha terapia ocupacional; meu espaço pessoal para pensar e ouvir música, passear, me divertir. Morei em Botafogo a vida toda e, portando minha própria bicicleta, era fácil chegar à Lagoa ou ao Aterro. 
Durante a gravidez, andar de bicicleta é um exercício mais ou menos proibido - na modalidade em que eu praticava, proibido. Andava 6, 8 ou 10 quilômetros em menos de uma hora ou uma hora e meia. Soube que exercício pesado poderia "tirar" oxigênio do bebê, além de me deixar enjoada e ser obviamente estranho andar por aí com barriga. Parei. Pena. A última vez que saí de bike foi em setembro do ano passado. 
Desde que a Stella nasceu, fui voltando aos poucos a andar de bicicleta - infelizmente, em muita correria e sem todo aquele prazer anterior.



 Só que... que coisa. Como a gente se vitimiza à toa, sem precisar.
 Eu achei que, por ser mãe e ter me mudado para Santa Teresa, eu não teria tempo ou espaço para andar de bicicleta tão cedo. Meu corpo de ciclista ficava cada vez mais para trás... minha saúde e exercício...
Bastou pagar dez reais e fazer uma ligação que tudo mudou. O Rio de Janeiro conta com uma coisa esplêndida chamada Bike Rio: as laranjinhas. É se inscrever, pegar uma bicicleta e devolvê-la dentro de uma hora nas centenas de pontos. Ué. Eu saio para trabalhar todo dia. Por que não unir o útil ao agradável, finalmente? Andar de bicicleta todo dia de novo? Sim, é possível! E faz bem :)
 Lição do mês: quando você é mãe, toda brecha é uma oportunidade e cada chance pode virar empreendimento. Ser mãe é uma aula constante de Administração, cadeira de Gestão. Agora é só esperar o corpo voltar ao - normal?

domingo, 7 de setembro de 2014

O agridoce da Introdução Alimentar

Oi! Desculpem pelo tempo sem postar. Engatei num projeto de livro e trabalhar-estudar-escrever-maternar às vezes me esgota o tempo! 

A Stella está com cinco meses e meio. Isso quer dizer que sim, daqui a pouco mais um grande momento vai chegar: a introdução alimentar.
Ao mesmo tempo que é algo aguardado (ver do que a Stella vai gostar mais, entender as mudanças, dar a ela mais autonomia para se alimentar, me "emancipar" parcialmente da tarefa de amamentação exclusiva), percebi com os dias que é algo até um pouco amargo. Tenho feito certa resistência ao assunto. Geralmente sou uma mãe super interessada e curiosa, constantemente antenada em sites, blogs e leituras acerca de todas as novidades. Era até mais no começo (acho que o tempo passa e nos tornamos menos ansiosas e mais intuitivas). Acontece que Stella está a duas semanas de comer  e eu não estou correndo atrás de informação. Por quê?



Eu gosto tanto de amamentar que eu mesma preciso entender que mais esse "laço"vai se perder. Gestei, pari e agora ela deve comer outras comidas, além de leite do peito. E que sentimento agridoce. Ela tem novas necessidades nutricionais e precisa de novos alimentos. E eu? Eu já estou pronta para ter uma bebê "grande" (exagero), que não precisa mais de mim o tempo todo? Mas poxa vida.
Eu sei. Eu sei que ainda vou amamentar até quando a Stella quiser. Sei que agora tudo vai ficar mais "leve" para mim, psicologicamente falando - posso ficar mais tempo na rua, inclusive, coisa que muito me faz falta. Mas, mas, mas... não sei, às vezes eu a abraço e sinto falta daquele bebê pequenininho, que só queria colo e peito o tempo todo. Agora ela já está quase engatinhando. Como o tempo passa!
Garanto que amamentar exige muito mais do que parir, por exemplo, mas é uma vitória deliciosa. Chegarei aos 6 meses da Stella com minhas atividades normais e muito amor de peito. Fico muito feliz de querer e conseguir amamentar, por mais que tenha que me ausentar para trabalhar ou estudar diariamente.
Vamos às bananas, pêras, maçãs e afins (e nada de sucos, por enquanto). Com naturalidade, carinho e animação, mas com um pouquinho de dor no coração - acredito que a maior dor de uma mãe é perceber que sim, eles crescem afinal...