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domingo, 1 de março de 2015

A Maternidade Anarquista

Hoje fui acordada com uma chuva de comentários negativos nos grupos de maternidade que sigo no Facebook. Todos atacavam um post do Hospital Israelita Albert Einstein, de SP, que, contrariamente ao que diz a OMS, instruía a não amamentar assim que a criança chorasse (pois isso daria a ideia de que amamentação seria ligada ao carinho, não apenas à alimentação), ensinar a criança a não dormir no quarto dos pais e não embalar para dormir. O Hospital afirmava que, ao fazer isso, evitava-se a criação de hábitos ruins, difíceis de substituir. O negócio foi tão ruim que até foi tirado do ar.

Tirando todo o absurdo retrógrado que isso é (é criminoso, eu diria), a nível de Dr. De Lamare, fiquei pensando: quantas mães acreditam nisso? Quantas grávidas desinformadas caem nessa balela e fazem isso com os filhos? Quantos bebês sentem fome e necessidade de carinho e não são correspondidos? Você faria isso com o seu bebê?

Durante a minha vida poucas vezes pude exercer exatamente o que eu quis. Deixei de fazer ou fiz tantas coisas por indicação, pedido ou ordem dos outros. Porque aquilo era o "certo", o socialmente aceito, o que não pegaria mal. Tudo bem, né. É necessário. Quando criança, quando adolescente, agora que já sou mais adulta. Sigo fazendo inúmeras coisas que são as mais indicadas ou recomendadas. Por que, meu Deus? Se elas vão contra o que eu quero ou imagino ser o melhor pra mim, por que ainda as faço?? Oh, o conflito interno.

Apesar de tudo, encontrei um espaço aonde a hierarquia não existe. Aonde eu posso fazer o que acredito ser melhor porque compete a mim decidir. Contrariando livros, médicos, hospitais menas, outras mães, minha mãe, e tantas outras entidades de pressão e poder... eis que veio a maternidade. 






Crio uma menina há quase um ano à moda da casa. Amamento o quanto eu quiser, dormimos na cama com ela, não demos chupeta, ela toma banho de chuveiro comigo, ela veste preto/cinza/azul (cor de menino? Você acha?) e nunca usou esses trecos perigosos para bebês (tipo presilhas ou faixas), ela já viajou de avião e de ônibus, nunca dei complemento de leite, dorme tarde e acorda tarde, não ensinamos a ficar um tempão presa no carrinho, hoje em dia come até no meu colo (e não necessariamente na cadeira-trambolho), não comeu antes dos seis meses, nunca comeu açúcar, fica no colo SIM, é embalada SIM, foi parto normal SIM, não faria cesariana por escolha. Ela é criada com muito amor e apego. Queremos que ela seja uma adulta com confiança para viver sua vida bem, e por isso garantimos base para tal. 


Crio minha filha com o que para nós parece o mais certo. Não é o que estava nos livros, ou o que o pediatra disse, ou o que fulana ou fulano falou que fez e deu super certo. No máximo me guio pela OMS. De resto, temos confiança e seguimos o que o nosso instinto diz. E o feedback da Stella, que anda, fala algumas palavrinhas, é super comunicativa e simpática, só chora de sono, nunca teve um resfriado e fica bem com tantas pessoas que não eu ou o pai nos mostra que por enquanto dá certo (e quantas coisas são classicamente feitas, mas estão erradas?).


Queria eu ter coragem para guiar outros assuntos inteiramente dessa forma. A vida vai dizer se estivemos certos - e em que ponto de vista.


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