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domingo, 21 de junho de 2015

Não há como negar

Me acorda dizendo as palavras de amor que eu nem saberia como dizer. Com sua boca cheia de dentes, me chama de mamãe e me volta para mais um chamego. Com seus passos decididos  vai aonde quer. Olha para trás, testando minha presença - mamãe, você está aí?

Às vezes levo o baque do tempo que passou.
E eu, que já não sei viver sem seu amor, fico perdida na espuma dos dias. Como você me deixa para trás com seu ritmo que nunca pára de correr, correr, correr. Tento me desacelerar, te desacelerar... mas há freio para a flor que desabrocha porque há de desabrochar e a chuva que chove porque há de chover? Te digo para ter calma, mas você só me mostra que eu não te alcanço, não.

Em mim, aquele coração que fora outrora maravilhado somente com a sua grandiosa existência pequenina, hoje já não conta mais as palavras que você fala, as músicas que sabe cantar, os sorrisos. A cada semana, o salto. Um salto maior que o outro. De repente, sou mãe de um alguém que pensa, quer, sente, dança, sorri e já quase não chora.

Delicio-me e me agarro no pouco de tempo que ainda tenho com a sua pequenice - mas você é grande, é enorme, é a maior coisa do mundo. É maior do que os meus sonhos ou planos. E, cada vez mais, cresce, brota, floresce.


Quero dormir com você, sentir seu cheirinho de bebê, contar os dedinhos das suas mãos, te fazer cosquinhas. Quero fazer isso até cansar antes que você se canse de mim. Aproveito o máximo que posso. Como voa, esse tempo. Não há como negar.

Dorme, estrelinha, que só assim te tenho como minha.

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