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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vamos bater uma foto?

Oi gente! Muito tempo sem escrever! Acho que fico nessa abstinência nos momentos de transição. Esse é um deles. Estou numa adaptação a um novo estilo de vida - e o mais difícil é me aceitar nele, já que sou muito autocrítica e exigente.

Como vocês sabem, dei um duro danado para me formar. E me formei. No tempo certo, sem atrasos, com a minha turma original. Gostinho de dever cumprido, sabe? 5 anos de faculdade, 4 de administração, um diploma ao final.

Mas a vida me guarda surpresas (e eu as aceito e adoro). Não somente engravidei no meio da faculdade como também mudei de vida, me "casei", comecei a morar junto do meu namorado, me tornei uma mãe até natureba! ...Só que: as mães (especialmente as mais conscientes) têm muitas questões.

Para mim, o bicho pegou no profissional.
Convenhamos: fico nesse drama de ser ou não ser. Sou ou não uma pessoa formal? Alguém que necessita de rotina, horário, trabalho certo? Sou exatas ou humanas?? (Até agora...não sei...dizer?) Fiquei anos caminhando para ser um adulto da mais extrema normalidade. Sei lá, talvez pensasse que isso era o certo. Estranhava e invejava aqueles que viviam de outro jeito.

O fato de ainda não ter um emprego antes de engravidar (estagiava em Furnas e gostava bastante, pena que eles não efetivam estagiários) ajudou para o meu completo desapego ao emprego. Quando me vi contratada numa empresa multinacional, com horas extras, super formalidade e, o que me matava - nenhuma subjetividade -, senti um golpe.

Além de deixar minha pequena Stella, ia dar 11 horas do meu dia para algo que não me dizia respeito. Algo que não era meu. Entendo que muitas pessoas optem por viver assim, mas eu não. Muitas vezes me anulei pensando que eu era uma pessoa qualquer, que se adaptaria e viveria daquele jeito, como se aquilo nada significasse. Acontece que, ao dar metade do meu dia para o trabalho, a Stella ficava desassistida. Quando estava em casa, eu precisava ficar colada nela - a culpa materna. Aí, o tempo para mim ia para o saco. A soma não estava dando certo. Eu estava me esgotando.

Sorte que me mandaram embora. Rá, a divina providência!

Não me desesperei. Pelo contrário, fiquei muito aliviada. Precisava agora de uma forma inteligente de fazer dinheiro e, finalmente, tinha a chance de pensar sobre o que fazer. O que mudou dentro de mim foi a cobrança interna -
não vou
mais
me forçar a fazer nada
que não queira fazer
por completo.

E dane-se a vida corporativa.

<<Para mudar, é preciso ter coragem>>

Na semana seguinte, entrei num curso de fotografia. É, eu sou assim, faço as coisas na onda da animação. Como diziam na empresa, as primeiras 72 horas de uma ideia são o tempo ideal para que ela aconteça e se implemente.


Na fotografia, consigo ter uma balança entre o "ganhar dinheiro" e algo de subjetivo. Tenho um público facilmente acessado, as mães. Mães amam fotos. Famílias amam fotos. Se registro momentos das relações, dou a essas famílias recordações que duram para sempre.

Rapidamente comprei uma câmera boa e comecei a bater foto. É, de maluca, mesmo. Nasceu Flamingo Foto. Fiz muito ensaio de graça, entregando centenas de fotos e me encontrando com pessoas pedindo em troca apenas um portfolio. Acertei e errei. Em um mês de foto, mais de dez situações - casamento, batizado, família.
Minha parte favorita do trabalho é o feedback. Respostas calorosas e animadas são a grande cereja no bolo.

E, acima de tudo: fico mais com a Stella. Se um ensaio dura 1h30, o resto do trabalho eu faço de casa. Posso ficar com ela, brincar com ela, levá-la para passear e ver outras crianças, cozinhar para ela, dormir e acordar com ela em nosso tempo.

Pode ser que a fotografia não me leve a lugar nenhum; espero que me leve a lugares e patamares que nem nunca imaginei. Espero que continue sendo o que tem sido: algo novo, mágico, onde uma coisa leva a outra e todos ficam satisfeitos. Espero fazer mais pessoas felizes. Para mim, agora, não tem salário de multinacional que pague isso.

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